domingo, 24 de junho de 2007

Frigideira Carioca

Algumas pessoas sabem que estive, há pouco mais de um mês, no Rio de Janeiro. Algumas pessoas também sabem da minha vontade de conhecer aquela cidade, de ver de perto aquela mistura de mar e montanha, aquela beleza exuberante que, até então, eu só conhecia pela televisão e cartões postais.
Fui ao Rio. Apenas a passeio. Passei uma semana, em bom potiguês, batendo perna, e o melhor, com uma carioca. Isso significa ir direto aos lugares e conhecer o que de fato interessa (certamente tem outras coisas interessantes, mas falo com relação ao curto tempo que tínhamos.), sem perder muito tempo, visto que só tínhamos uma semana.

No decorrer desses dias que estive lá, anotei tudo o que vi e todos os lugares onde fui. Fiz uma espécie de tópicos para um diário de bordo. Paralelo a isso registrei tudo o que pude (em alguns momentos não pude. Arcos da Lapa, domingo à tarde, centro de cidade). Esse diário ainda não saiu, mas vai sair. Por enquanto, resolvi postar aqui (também para atualizar e voltar a escrever) algumas de minhas sensações nessa viagem.

O Rio é lindo. Gente, isso parece ser redundante ou lugar comum, mas não é. Quem conhece sabe que essa é uma frase que pode ser dita incansavelmente. Como eu já disse, a mistura de mar e morro (vi isso tb em Itacoatiara, uma praia de Niterói/RJ. Lindo!!!), a simpatia das pessoas, o colorido das feiras livres, a mistura de cor de pele ( o Rio é uma cidade de gente colorida), o Cristo – estar lá em cima é uma sensação indescritível, o Bondinho, os Arcos da Lapa, a Cinelândia (tive a sorte de ver uma manifestação na Cinelândia. A cultura do Rio estava em greve, mas isso, por outro lado, não me permitiu entrar na Biblioteca Nacional. Não se pode ter tudo.), a Ponte Rio-Niterói, a barca, os túneis, a favela ...

Vista do Alto Shopping Botafogo.

O Rio ferve. Parece que estamos dentro de uma frigideira. O azul do mar é diferente, o branco da areia da praia, a larga (larga mesmo) faixa de areia até chegar ao mar, o centro da cidade, as avenidas, o trânsito ... e que trânsito! O trânsito do Rio ferve.

Tudo é grande, tudo é muito. Muita gente, muita simpatia, muita beleza, muitos e enormes prédios, muitos shoppings, muitos teatros, muita cultura (vide caderno de cultura de O Globo), muitas peças, grandes peças, muitos shows, muita vida.

E os problemas sociais do Rio? Sim, eles existem. Estão todos lá. Vi favelas gigantes (o que é aquilo na Rocinha?), vi uma espécie de prédios nas favelas. Esses prédios são no pé do morro. A favela desceu. Estive a 500 m do Complexo do Alemão (Ver foto) e, mesmo assim, não ouvi um tiro. Subi no morro? Não. Não fui lá em cima checar se tem bandido mesmo. Eu sei que tem. Mas não tem um franco-atirador em cada esquina, as pessoas andam na rua normalmente (com relógio de pulso, por exemplo) e vivem suas vidas sem perder a simpatia e o bom humor (e isso é uma das coisas que tem muito por lá.)

Complexo do Alemão

O Rio de Janeiro é uma cidade violenta como toda grande cidade. Tem favela, tem bandido e tem problemas sociais. Porém, ao contrário de Fortaleza, por exemplo (estive lá em dez/06) não vi uma grande quantidade de pedintes nas esquinas.

Por isso, é necessário que tenhamos cuidado ao ver as notícias que são televisionadas, pois o que nos parece é que toda a cidade está em guerra e, na verdade, não o é. Eu, por exemplo, andei de ônibus e de metrô e estou aqui escrevendo esse texto e contando a minha tão feliz viagem.

O Rio vive. Não sei se verei algo mais lindo como as paisagens que vi ali, a vida que respirei, os bons corações que conheci, as risadas que dei. E certamente voltarei ... certamente verei tudo de novo e ainda mais. Só espero que não demore muito porque, como tudo o que é bom, já deixou saudades.

Novamente, bjos com gosto de pão de açúcar. Só que agora visto de perto :-)

2 comentários:

R. K. Brits disse...

Nem carioca falaria tao bem da cidade maravilhosa. Bjs.

Lívia está grávida! disse...

Bel!!! Que texto lindo. Parece até que eu estava lá com você. Muito sensível. Parabens. Beijos.